Durante a pandemia, a casa passou a ser um ambiente muito presente no cotidiano das pessoas. Por passarmos mais tempo dentro do espaço doméstico, é natural que fiquemos cansados da aparência dos cômodos. Por essa razão, reorganizar os móveis e objetos pode ajudar a dar uma nova cara para a casa. De acordo com a professora Laura Fonseca De Castro, arquiteta e discente dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e de Design de Interiores da PUC Minas, são inúmeras as vantagens na reorganização do espaço, mas ela destaca o rearranjo espacial como uma oportunidade de nos conectarmos com nosso ambiente de vida cotidiana. "Quando nos aproximamos das nossas coisas, reparamos em seus detalhes, a gente também inicia um processo de reconhecimento das nossas memórias afetivas", explica.
Dessa forma, segundo a professora, podem ser seguidos dois caminhos diferentes na hora de dar uma cara nova ao lar: o primeiro é destacando os elementos que nos lembrem de pessoas e lugares do passado, e o segundo é atualizando e reorganizando os objetos e histórias, liberando mais espaço para novas lembranças dentro de casa. "Ou seja, para darmos uma nova cara para nossa casa, não precisamos necessariamente comprar coisas novas, mas, sim, contarmos nossa história com novas palavras, a partir das nossas coisas", conta a professora Laura.
A professora ainda explica como a alteração da posição dos móveis auxilia na nossa experiência do dia a dia. "Imagine que se você tem uma cama ao lado de janela e uma mesa em um lugar mais sombreado, se invertermos as coisas, de repente temos uma iluminação e ventilação diferentes para a hora de estudar e para a hora de dormir", exemplifica. Ela lembra a importância de ter em mente que a forma como organizamos nossa casa vai depender de quem usa o espaço e como essas pessoas se sentem mais confortáveis.
Dicas para mudar a cara do lar:
1. Fazer uma lista dos móveis que tem.
Dessa forma, você poderá saber exatamente quantos objetos tem, o que facilitará na hora de reorganizá-los.
2. Fazer uma lista dos usos que acontecem no cômodo escolhido e quais móveis são usados em cada momento.
"Por exemplo: a mesa de jantar é usada também para trabalhar? Quem trabalha nela, em quais horários? Essa mesa é um ponto focal na sala ou seria melhor que ela ficasse mais em um cantinho, para que os outros moradores não se afetem muito por conta da bagunça do trabalho? Claro que esses questionamentos devem vir acompanhados de soluções técnicas: 'se eu arrastar meu local de trabalho para lá, eu terei uma tomada aonde ligar meu computador?'", esclarece a professora.
3. Pequenas alterações nos mesmos móveis
De acordo com a professora Laura, é possível manter os objetos, mas mudar radicalmente a experiência do espaço fazendo pequenas alterações nos móveis, seja lixando e envernizando as madeiras ou pintando a superfícies dos objetos.
4. Ajustar a iluminação
Outra mudança possível é ajustar a iluminação com lâmpadas de cor quente ou com luz indireta.
5. Incluir novos elementos
A inclusão de novos objetos como tapetes, almofadas, mantas, cortinas, forros de mesa, ou até mesmo vasos de plantas ajudam a tornar o lar um ambiente muito mais aconchegante. As possibilidades são muitas!
O espaço que habitamos afeta diretamente a nossa rotina e dia a dia. Ele pode ser fonte de prazer nos momentos de descanso, além de atender às nossas demandas produtivas. Nesse período de quarentena, a casa deve atender de maneira prática, mas ao mesmo tempo ser um refúgio de aconchego para os momentos de relaxamento.