Quem nunca estipulou a meta de ler mais? Desenvolver o hábito de leitura frequentemente está na lista de objetivos no começo de novos ciclos. E essa iniciativa gera diversos benefícios: melhora a concentração e a memorização, amplia o vocabulário, estimula a criatividade, desperta o senso crítico e a capacidade analítica. Além de todos os estímulos, permite que o leitor embarque em outras histórias e culturas. Para o período de quarentena é um passatempo e tanto!
Nesta sexta-feira, dia 23, é comemorado o Dia Mundial do Livro. E, para incentivar você a tirá-los da estante, a professora Juliana Alves Assis, chefe do Departamento de Letras, preparou uma lista com sugestões de livros de gêneros variados. "O que (mais) dizer sobre a leitura? Praticamente tudo está posto, dito, enfatizado. Resta-nos a prática e, com ela, os encontros, as (re)descobertas de nós mesmos, dos outros. Ao ler, lemos o mundo, enxergamos outras vias antes não significadas; ao ler, lemo-nos, reconstruímo-nos", afirma.
Escolha uma das opções e boa leitura!
Poemas, de Wislawa Szymborska
Poemas (2011, 168 p.) é a primeira de três coletâneas da grande autora polonesa Wislawa Szymborska lançadas no Brasil pela editora Companhia das Letras. É um livro para os que amam sentir, avaliar, indagar, pensar, colocar as coisas na balança. Com olhar penetrante, Szymborska indaga, perscruta, perseguindo, com seu olhar ímpar, o sentido das coisas, do fato histórico ao detalhe quase invisível do cotidiano. Como amostra, segue o poema final da coletânea: "As três palavras mais estranhas / Quando pronuncio a palavra Futuro, / a primeira sílaba já se perde no passado. // Quando pronuncio a palavra Silêncio, / suprimo-o. // Quando pronuncio a palavra Nada, / crio algo que não cabe em nenhum não ser.
Torto arado, de Itamar Vieira Júnior
Torto arado (2019, 264 p.), publicação da editora Todavia, tem como temas centrais a injustiça, a desigualdade social e o trabalho escravo. No sertão baiano, onde se passa a narrativa, o autor encontrou famílias inteiras de trabalhadores vivendo num sistema análogo à escravidão, sem receber pelo dia de trabalho e com direito apenas à morada. "É um Brasil anacrônico, que parou no tempo. Eu quis dividir esse meu espanto, esse choque." São palavras do autor, vencedor do prêmio Jabuti, no Brasil, em 2020, e do prêmio LeYa, em Portugal, em 2018.
Pequeno manual antirracista, de Djamila Ribeiro
Pequeno manual antirracista (2019, 136 p.), publicação da Companhia das Letras assinada pela filósofa e ativista Djamila Ribeiro, aborda a discriminação racial na sociedade brasileira, tão arraigada que, para muitos, chega a passar despercebida e que, por isso mesmo, vai sendo continuamente reproduzida. Nesse livro, Djamila Ribeiro mostra como a cor da pele leva a privilégios para uns e a opressão para outros. Em onze capítulos, a autora discute o racismo estrutural em nossa sociedade e o que nós, de todas as cores, podemos fazer para lutar contra ele. É um livro que precisa ser lido, pois os temas que ele aborda dizem respeito a todos nós.
Retorno a Reims, de Didier Eribon
Retorno a Reims (2020, 291 p.), publicação da editora Áyiné, é um presente para os leitores. A obra tem caráter autobiográfico e, por meio do relato e das reflexões de seu autor, o filósofo e sociólogo francês Didier Eribon, constrói um retrato sensível e impactante sobre a divisão de classes e seus efeitos, abordados na forma de violências que segregam, apartam e diminuem. A história de Didier facilmente se projeta como a história de muitos de nós, de muitos ao nosso redor.
Dom Casmurro, de Machado de Assis
Dom Casmurro (1994, 128 p.), em edição publicada pela Aguilar, é uma das obras mais importantes da literatura brasileira de todos os tempos. A boa notícia é que pode ser baixada gratuitamente em http://machado.mec.gov.br/. Na verdade, a obra inteira de Machado de Assis – romances, contos, poemas, crônicas, etc. – está disponível nesse site. Boa leitura!