O XXI Simpósio do Instituto de Ciências Humanas (ICH) começou nesta terça-feira, 3 de outubro, com a temática Trajetórias, Diálogos e Perspectivas. O evento, que aconteceu no Teatro São João Paulo II, Campus Coração Eucarístico, celebra os 80 anos do Instituto, e contou com homenagens, exibição de um videodocumentário, entrega de prêmios, pronunciamentos e outras atividades.
O Reitor da Universidade, Prof. Dr. Pe. Luís Henrique Eloy e Silva, durante a conferência de abertura, disse que "revisitar a trajetória é se encontrar com a memória, que retém somente aquilo que tem. Como nos recorda o personagem Riobaldo, de Guimarães Rosa, 'aquilo de que me lembro, tenho'. Por isso, é muito significativo revisitar esta trajetória, revisitar essa história e entender que aquilo que somos hoje é construção de um ontem, que nos dignifica e nos coloca na alta estatura a que chegamos com estes 80 anos".
"Os quatros eixos departamentais do Instituto de Ciências Humanas da PUC Minas revela bem as quatro dimensões que são inerentes à vida do ser humano: a sua história; o espaço que ele ocupa – a sua geografia; sua língua – que expressa o modo de pensar e de se comunicar; e também os processos de educação, que podem sempre gerar transformações", analisa Pe. Luís.
O Pró-Reitor de Graduação, Prof. Eugenio Batista Leite, elucidou que, desde a sua fundação, o ICH tem desempenhado um papel fundamental na formação de professores. "A excelência acadêmica, aliada à formação humanista, dá ao ICH um protagonismo na formação de professores no Brasil", disse.
"Neste momento, é importante lembrarmos da importância dos professores para uma nação. Esse desafio é incorporado pelo Instituto com ética e sabedoria", afirmou o professor Eugenio. "Os professores do ICH e os alunos que são formados têm o compromisso da educação com a sociedade".
"A Universidade tem a missão de transformar vidas e tem que fazer a diferença na vida das pessoas. Devemos ser relevantes aos olhos da sociedade", pontuou o Pró-reitor de Pesquisa e de Pós-graduação, Prof. Dr. Sérgio de Morais Hanriot. "E a sociedade, por sua vez, reconhece e valoriza a universidade que pratica isso. "Enquanto instituição acadêmica, o que precisamos, cada vez mais, é sermos relevantes. Esse desafio é imposto a todos nós, professores, alunos e funcionários", afirma o professor Sérgio Hanriot.
A Pró-reitora de Extensão, Prof.ª Drª Carolina Costa Resende, durante a conferência de abertura, refletiu que "o ICH está muito à frente do seu tempo, mas não se acomoda. Podemos ver toda a trajetória como uma história que passa e o Instituto de Ciências Humanas é o protagonista".
"E, citando [Arthur] Schopenhauer, o importante não é ver o que ninguém nunca viu, mas sim pensar o que ninguém nunca pensou sobre algo que todo mundo vê", concluiu a professora Carolina.
"Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes", parafraseou o Diretor do ICH, Prof. Dr. Alexandre Magno Alves Diniz, citando uma famosa carta de Isaac Newton, escrita a Robert Hooke. De acordo com o professor, o Instituto possui um importante legado de gestores, professores e funcionários, e deve ser honrado.
"O ICH é sinônimo de excelência acadêmica e é conhecido pela qualidade de egressos, formação de professores e por uma comunidade vibrante, com austeridade e diversidade", afirma o diretor do Instituto de Ciências Humanas.
Também estiveram presentes na mesa de abertura o Pró-reitor Adjunto da PUC Minas Virtual, Prof. Carlos Barreto Ribas; a Chefe do Departamento de Educação e Coordenadora do Curso de Pedagogia, Prof.ª Drª Sheilla Alessandra Brasileiro de Menezes; a Chefe do Departamento e Coordenadora do Curso de Geografia, Prof.ª Juliana de Lima Caputo; a Chefe do Departamento e Coordenadora do Curso de História, Prof.ª Drª Júlia Calvo; e a Chefe do Departamento e Coordenadora do Curso de Letras, Prof.ª Drª Ev'Ângela Batista Rodrigues de Barros.
Na sequência, foi transmitido um videodocumentário sobre os principais momentos e legados dos 80 anos do ICH a partir de depoimentos de pessoas que estiveram presentes e foram protagonistas na trajetória do Instituto. O vídeo foi produzido pela produtora da Universidade, E-motion Audiovisual.
A programação também contou com homenagens para docentes e funcionários do ICH. Alexandre Magno entregou placas à Prof.ª Yeda Prates Bernis, representada por Carla Ferreti, e ao Prof. José Francisco Lima Xavier. A professora Ev' Angela concedeu homenagem à Prof.ª Marise Myrrha de Paula e Silva, representada pelo filho Fernando Myrrha de Paula e Silva Neves, e à Prof.ª Drª Márcia Marques de Morais. Júlia Calvo conferiu o agraciamento ao Prof. Dr. Caio César Boschi, representado pela Prof.ª Jacyra Antunes Parreira, e à Carla Ferretti. Juliana Caputo homenageou a Prof.ª Magda Maria Diniz Tezi e o Prof. Marcelo Eduardo Zanetti. Já Mariana Veríssimo fez a entrega das placas ao Prof. José Leão Marinho Falcão Filho e à Prof.ª Elisia Terezinha Melgaço de Afonseca, ambos representados por Sheilla Brasileiro.
Os funcionários homenageados foram Marilia Eunice de Assis e Vera Lucia Rocha Silva, cujas condecorações foram entregues por Alexandre Magno.
Outro momento do XXI Simpósio do ICH foi a entrega do Prêmio Sylvia Resende Costa, criado em 1993 e voltado para a premiação de alunos de graduação dos cursos do ICH e de Filosofia que abordem, de forma crítica e original, temas relacionados às Ciências Humanas e Sociais. O prêmio é consagrado à memória de Sylvia Resende Costa, ex-aluna da PUC Minas, graduada em Serviço Social e que dedicou a vida à promoção da dignidade humana. O prêmio é anual e, em 2023, teve como tema Instituto de Ciências Humanas e Mídias Sociais: navegando pelas permanências, desafios e possibilidades. O vencedor foi Rafael Teles de Freitas, discente do Curso de Pedagogia, que ganhou R$ 1.000.
Em celebração aos 80 anos do ICH, será lançada uma edição especial da Revista ICH. Uma das novidades foi um concurso para elaboração da capa, cujo vencedor foi Abderrahmane Daanouni da Silva, funcionário da Secretaria Acadêmica do ICH.
Durante o evento, os presentes foram convidados a visitar a exposição comemorativa aos 80 anos do ICH, localizada nos prédios 6 e 7. A curadoria foi do professor Caio Boschi, com apoio do Centro de Memória e de Pesquisa Histórica da PUC Minas. A mostra registra os momentos mais marcantes da história do Instituto e estará disponível até o dia 31 de outubro.
A abertura do Simpósio do ICH também contou com uma conferência ministrada pela Prof.ª Drª Terezinha Azerêdo Rios (PUC-SP), com mediação do Prof. Dr. Carlos Roberto Jamil Cury. A palestra teve como tema Ciências Humanas no Contexto Contemporâneo.
A programação se estende também nos dias 4 e 5 de outubro e terá palestras, mesas-redondas, momentos culturais, lançamentos de livros, dentre outras atividades. Confira todas as informações.
Instituto
O ICH tem sua origem na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Santa Maria, criada em 1943 pelas irmãs dominicanas que mantinham o Colégio Santa Maria em Belo Horizonte. As atividades letivas iniciaram com os cursos de Filosofia, Geografia, História, Letras Clássicas, Letras Neolatinas e Pedagogia. Inicialmente, a faculdade era exclusiva para mulheres.
Em 1948, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Santa Maria foi incorporada à Sociedade Mineira de Cultura e passou a aceitar estudantes do sexo masculino. No ano seguinte, a instituição passa a funcionar no Palacete Dantas (Praça da Liberdade, 317). Em 1965, foi transferida para o Edifício Dom Cabral, que também compõe o conjunto arquitetônico da Praça da Liberdade.
A partir de 1970, a Faculdade passa a funcionar no Prédio 6 do recém-inaugurado campus da Universidade Católica de Minas Gerais (UCMG) no bairro Coração Eucarístico e passa a ser chamada de Faculdade de Ciências Humanas, composta pelos cursos de Pedagogia, Letras, História e Geografia.
Pela nova estrutura acadêmica da UCMG, em 1978 a Faculdade passa a se chamar Centro de Ciências Humanas, sendo composta, na ocasião, pelos departamentos de Letras, Estudos Sociais (História e Geografia), Educação, Direito, Filosofia, Teologia e Primeiro Ciclo.
Os cursos de Pós-graduação stricto sensu surgiram em 1988, com a criação do Mestrado em Letras, o primeiro de toda a Universidade. No mesmo ano, o Centro de Ciências Humanas mudou sua denominação para Instituto de Ciências Humanas, que se mantém até os dias de hoje.
Atualmente, o ICH conta com os cursos de Graduação em Geografia (Bacharelado e Licenciatura), História (Bacharelado e Licenciatura), Letras (Bacharelado, Licenciatura em Português e Licenciatura em Português/Inglês), Pedagogia e Pedagogia EAD, junto com os programas de Pós-graduação stricto sensu em Educação, Letras e Geografia.
Diretores ao longo da história:
Prof.ª. Carla Ferretti Santiago (2011 – 2022)
Prof. Dr. Pe. Márcio Antônio de Paiva (2006 – 2011)
Prof. Dr. Audemaro Taranto Goulart (1993 – 2006)
Prof. José Tarcísio Amorim (1991 – 1993)
Prof. Pe. Antônio Sérgio Palombo de Magalhães (1988 – 1991)
Prof. Pe. Geraldo Dirceu Antunes Tolentino (1984 - 1988)
Prof. Pe. Lázaro de Assis Pinto (1980 - 1984)
Prof. Wilson Chaves (1971 - 1980)
Prof. Francisco Floriano de Paula (1971)
Prof. Pe. Orlando de Vilela (1954 - 1971)
Pe. Agnaldo Leal (1950 - 1954)
Irmã Jeane de La Croix (1947 - 1949)
Mère Antoine Feuillâtte (1943 - 1947)