"Enviou-me para curar os feridos no coração". O versículo, retirado do livro de Isaías (Is 61,1), é o lema do Episcopado de Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, Presidente da Sociedade Mineira de Cultura (SMC) e Grão-chanceler da PUC Minas. Na manhã desta quarta-feira, 10 de maio, data que completa 25 anos de sua ordenação, ele foi homenageado pela Universidade. A solenidade aconteceu no Teatro São João Paulo II, Campus Coração Eucarístico, e também foi transmitida ao vivo pelo canal PUC Minas Lives, no YouTube.
A cerimônia reuniu membros da Administração Superior, professores e funcionários da Universidade, e autoridades eclesiais da Arquidiocese de Belo Horizonte. Além de Dom Walmor Oliveira de Azevedo, compuseram a mesa solene o Reitor da Universidade, Prof. Dr. Pe. Luís Henrique Eloy e Silva; o Diretor do Instituto de Filosofia e Teologia Dom João Resende Costa, Prof. Pe. Evandro Campos Maria; o Diretor de Finanças e Controladoria da SMC e Pró-reitor de Gestão Financeira da Universidade, Prof. Paulo Sérgio Gontijo do Carmo; o Diretor de Infraestrutura da SMC e Pró-reitor de Logística e Infraestrutura, Prof. Rômulo Albertini Rigueira; e o Diretor de Recursos Humanos da SMC e Pró-reitor de Recursos Humanos, Prof. Sérgio Silveira Martins.
Ao analisar semanticamente o lema episcopal que norteia Dom Walmor em sua caminhada, o Reitor destacou que o versículo bíblico indica um propósito: o de viver a vida que circunscreve o seu itinerário como bispo como o de alguém que mira o horizonte. "E este horizonte não se torna somente perspectiva a ser alcançada, mas, concomitantemente, ponto de partida, guia e bússola. Pois, é a finalidade que move os passos do sujeito deslocando-o do estado inicial em que se encontrava para o horizonte que passa a guiá-lo. Se o verbo curar é assim, então ele possui um objeto porque quem cura, cura alguém ou alguma coisa. Em outras palavras, poderíamos inferir que é preciso curar os feridos e o ponto de partida para esta cura é o coração", analisou, ao pontuar que, segundo a antropologia cultural, o coração é o órgão que simboliza a vida, as emoções e, até mesmo, a razão. "Pois, também o próprio coração tem suas razões que até a razão desconhece", observou.
Segundo ele, o coração é uma morada cuja porta é aberta somente de dentro para fora e que, por isso, há o risco de que, durante a busca pela cura, as pessoas se deparem com o cansaço do esforço em que o alvo parece nunca ser alcançado. No entanto, há um pormenor que não pode ser esquecido, e que faz toda a diferença neste contexto. "O lema de Dom Walmor é constituído por uma oração subordinada final. Logo, se ela é subordinada, ela depende de uma principal", explicou. Ele pontuou que todo missionário é portador de uma mensagem maior que sua obra, maior que sua pessoa. Dom Walmor é, portanto, mensageiro de uma missão divina.
"Seu lema episcopal, caríssimo Dom Walmor, é um desafio, e dos grandes. Mas, o senhor sempre viveu de desafios. E, por isso mesmo, enobrece a sua trajetória, grandemente marcada por seus passos que não passam despercebidos por nós que temos o privilégio de acompanhar seu destacado Ministério Episcopal e pela forma como Vossa Excelência indica que antes do coração vem a pessoa. Antes da ferida, o sujeito. Antes da enfermidade, alguém que necessita ser cuidado em vista da recuperação da saúde", destacou, com o desejo de que todos possam testemunhar como ele, incansavelmente, se debruça sobre quem está ferido e oferece a acolhida da escuta, o horizonte da palavra, a cordialidade da presença, a generosidade da paciência em aguardar os processos de cada passo e os sacramentos de cura.
"Um livro é uma obra feita com muitas mãos", destacou o Prof. Dr. Pe. Jean Richard Lopes, ao apresentar o livro Para curar os feridos no coração: escritos em homenagem a Dom Walmor Oliveira de Azevedo pelos 25 anos de seu episcopado, uma homenagem da Universidade ao seu Grão-chanceler. A obra, organizada pelos professores doutores Carlos Alberto Motta Cunha, Jean Richard Lopes, Renato Alves de Oliveira e Solange Maria do Carmo, a pedido do Reitor, foi publicada pela Editora PUC Minas e se divide em duas partes.
A primeira se dedica ao seu lema episcopal, retirado do livro de Isaías. Autores diversos, dentre eles biblistas, teólogos, filósofos, comunicadores e cientistas da religião abordam o lema por diversos ângulos. "Todos os autores são professores", pontuou o Prof. Dr. Pe. Jean Richard Lopes, ao destacar a perspectiva acadêmica e científica da obra. A segunda parte da obra se dedica às temáticas trabalhadas pelo Arcebispo em seus vários artigos publicados. Nela, os olhares dos autores se voltam para o direito, a ética, a ecologia, a teologia, a filosofia e outras áreas do saber, a partir dos textos de autoria de Dom Walmor. Em seguida, Prof. Dr. Padre Luís Henrique Eloy e Silva, que escreveu o prefácio do livro, entregou uma placa em homenagem a Dom Walmor.
Ao agradecer as homenagens, Dom Walmor confidenciou sentir-se constrangido, mas destacou que esta é uma oportunidade de fazer a experiência que deve marcar o coração de todos os cristãos: a experiência da humildade. "De ser simples de coração e de se colocar a serviço de todos, reconhecendo a beleza do trabalho de cada um ao aplicar um importante princípio da fé: o outro é sempre mais importante", afirmou.
Dom Walmor afirmou também que encara a sua trajetória como uma missão na qual foi inserido e que ao adotar o seu lema episcopal, nunca teve a ilusão de pensar que tinha o poder de curar corações feridos, mas a certeza de que para curá-los só há um caminho: o encontro pessoal com Cristo. "Tornando-o centro das nossas vidas e nos enchendo de um amor, que é o único que cura o coração. Por isso, ao olhar o meu lema no horizonte largo do Ministério e do caminho missionário de nossa Igreja, convido a todos a fixar o olhar Nele", orientou, renovando seu desejo de, na simplicidade do coração e na alegria do caminho, continuar a curar os corações feridos pela palavra e pelo gesto. "Vamos juntos! Ao olhar a humanidade sofrida, nós nos convencemos que ela precisa de agentes em nome de Cristo, de curadores dos feridos do coração. Seja esse o caminho, é essa a minha ação de graça. Hoje gostaria de dizer muitas coisas, mas prefiro escutar, no silêncio da graça de Deus, agradecendo a amizade, a presença, o carinho, a contribuição e, sobretudo, a fraternidade solidária", finalizou.
Também fez parte da homenagem uma apresentação do Grupo de Câmara da Universidade que, sob regência do maestro Daniel Augusto Oliveira Machado, cantaram as orações Ave Maria e Pai Nosso.
Assessoria de Imprensa
PUC Minas