Certamente, você sabe que beber água é fundamental para a saúde. Entretanto, este hábito, que deveria ser incorporado ao dia a dia, assim como as demais necessidades básicas, nem sempre recebe a devida atenção e as pessoas se esquecem de ingeri-la. Sobretudo no verão, estação marcada pela elevação das temperaturas, quando geralmente as pessoas se expõem mais ao sol, a hidratação é imprescindível. Isso acontece porque é necessário que o líquido perdido com o aumento da temperatura corporal e a transpiração excessiva seja reposto.
Além do controle da temperatura corporal, a água, que representa cerca de 60% do peso de um adulto e até 75% do peso dos bebês, é importante para a realização dos processos metabólicos celulares, transporte de nutrientes, lubrificação de tecidos e articulações e dos processos digestivo, respiratório e excretório. "A água é de extrema importância para a manutenção da homeostasia, que é a condição de estabilidade que o organismo necessita para realizar suas funções e manter o equilíbrio do corpo", resume a nutricionista Nádia Mendes, da Clínica de Nutrição da Unidade Barreiro.
Se manter-se hidratado é sinônimo de saúde, a desidratação, condição que ocorre quando há baixa concentração de água, sais minerais e líquidos orgânicos no corpo, representa perigo. Fadiga intensa, fome ou ganho de peso, constipação intestinal, retenção de líquido, falha no sistema circulatório, déficit de atenção e memória, mau hálito, dores de cabeça, confusão mental, sonolência e, em quadros avançados, convulsão, coma e até mesmo óbito são algumas consequências da baixa ingestão de água. "A desidratação é especialmente perigosa em crianças e idosos. Indivíduos com diabetes não controlada e atletas de alta performance também devem ter atenção", alerta Nádia.
Uma maneira eficaz de saber se estamos hidratados é observar a cor da urina. Quanto mais clara, não necessariamente transparente, mais hidratado o corpo está. Mas, e o inverso? Os sintomas mais comuns da desidratação leve são sede e boca seca. Outros sinais que podem indicar um corpo desidratado são baixa diurese ou urina escura, tontura, lábios ressecados, fraqueza, olho fundo, pele seca, dor de cabeça, diminuição ou ausência de lágrimas, queda na pressão arterial e aumento da frequência cardíaca.
Tão importante quanto identificar os sintomas, é necessário saber como proceder em casos de desidratação. "No caso dos bebês, o leite materno é o principal recurso para o tratamento da desidratação. Beber bastante água talvez seja suficiente para tratar a desidratação leve. Na desidratação moderada e grave, os eletrólitos perdidos, principalmente sódio e potássio, devem ser repostos por meio de soro que pode ser adquirido em farmácias e postos de saúde. A desidratação mais grave requer tratamento médico", explica a nutricionista.
Mas, o ideal mesmo é estar sempre alerta à necessidade de hidratar-se. O Ministério da Saúde recomenda a ingestão de pelo menos dois litros de água diariamente, mas, fatores como hábitos de vida, estado de saúde, frequência e tipo de atividade física, idade e sexo influenciam na quantidade necessária. "Não se recomenda a ingestão de água para bebês de até seis meses de idade, em aleitamento exclusivo, uma vez que retiram essa substância do leite materno. De acordo com a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), com relação aos adultos, homens têm maior necessidade hídrica do que as mulheres. A necessidade estimada para indivíduos do sexo masculino sedentários é de aproximadamente dois litros e meio por dia, podendo aumentar para até seis. A necessidade hídrica para mulheres é aproximadamente meio litro menor em relação aos homens", diferencia Nádia.
Além da água, sucos naturais e chás gelados ajudam a repor a água do corpo. Frutas e verduras também são fontes importantes de minerais que se perdem na transpiração. "Entretanto, seu consumo não deve substituir ou diminuir a ingestão de água, pois esses alimentos são apenas aliados", alerta a nutricionista.