Outubro é conhecido pelo mês de prevenção ao câncer de mama, sendo, esta, a neoplasia maligna mais incidente em todas as mulheres do mundo. O movimento, que ganhou como símbolo, um laço rosa, começou nos Estados Unidos em 1990 e se espalhou para diversos países. Além de chamar a atenção das mulheres para a necessidade de realizar regularmente consultas médicas e a mamografia, a campanha também estimula o autoexame das mamas, que pode ser imprescindível para um diagnóstico precoce.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres de todas as regiões. Para este ano, foram estimados 66.280 casos novos, o que representa uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100.000 mulheres brasileiras. Ainda de acordo com o Instituto, os homens não estão livres da doença: estima-se que 1% do total de casos seja de câncer de mama masculino.
A professora do Curso de Enfermagem e especialista em Enfermagem Obstétrica e Neonatal, Yara Mendes Sundermann, explica que o principal sintoma do câncer de mama é o aparecimento de um nódulo, fixo e indolor, mas que a doença pode se manifestar de outras maneiras. "Podemos notar, em alguns casos, alterações na pele da mama, que pode ficar com um aspecto de casca de laranja, ou surgirem retrações. Pode ocorrer, também, mudança na posição ou no formato do mamilo, vermelhidão e também a saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Outro sinal importante é o surgimento de nódulos na axila e no pescoço", aponta a professora. Já o tumor nos homens, geralmente é detectado como um nódulo endurecido abaixo do mamilo/aréola.
Yara explica que é importante destacar que o câncer de mama é uma doença multifatorial, resultado do crescimento desordenado de células, que conseguem invadir outras células, e que o acúmulo de exposições ao longo da vida e as próprias alterações biológicas resultantes do envelhecimento aumentam o risco. "Mulheres a partir dos 50 anos são mais propensas a desenvolver a doença. Mulheres com história de câncer de mama em familiares jovens e de câncer de ovário também apresentam um risco aumentado para o câncer de mama", alerta a professora. "Homens com história de câncer de mama masculino na família também apresentam o risco aumentado para o surgimento de câncer depois dos 50 anos, além do risco de desenvolver câncer de próstata em idade mais jovem", complementa.
Outros fatores de risco
Além da genética, alguns fatores ambientais e comportamentais podem contribuir para o aumento do risco da neoplasia maligna, como ingestão de bebida alcoólica, sobrepeso após a menopausa e a exposição frequente à radiação ionizante, por exemplo. "Além de manter o peso adequado, optar por uma dieta balanceada e realizar atividades físicas, um importante protetor da mama é a amamentação. Ela está relacionada à renovação do tecido mamário e à redução da exposição da mama a hormônios", destaca Yara.
Atualmente, a Organização Mundial da Saúde recomenda que mulheres entre 50 e 69 anos realizem a mamografia a cada dois anos. Já o autoexame das mamas (apalpar, olhar e sentir as mamas) deve ser realizado durante toda a vida. Ao perceber algum dos sintomas, a mulher deve procurar seu médico de confiança.
Como surgiu o Outubro Rosa
O movimento começou na década de 90, nos Estados Unidos, com alguns estados americanos fazendo campanhas isoladas no décimo mês do ano. Ainda naquele país, a fundação Susan G. Komen for the Cure realizou a primeira Corrida pela Cura, e, na ocasião, os corredores ganharam os laços cor de rosa, que acabou se tornando o símbolo do movimento em todo o mundo.