Durante o período de pandemia da COVID-19, profissionais de saúde, especialmente os cirurgiões-dentistas, podem se deparar com lesões orais inespecíficas como um possível desafio de diagnóstico. Esta questão começou a surgir na literatura médica há aproximadamente dois meses, a partir de relatos de possíveis lesões cutâneas em pacientes com Covid-19. Posteriormente, foram publicados alguns relatos de prováveis manifestações desta doença na mucosa oral.
Para orientar o diagnóstico e a distinção entre as lesões orais observadas em pacientes com COVID-19 e em outras viroses, pesquisadores da PUC Minas, UFMG e UFRJ publicaram artigo no periódico científico europeu Oral Diseases, no formato de carta ao editor, abordando as lesões orais previamente descritas em pacientes com Covid-19 e seus diagnósticos diferenciais mais relevantes, especialmente entre as viroses com manifestações orais (como dengue, chicungunha, zika, herpes simples, herpes zoster, herpangina e doença de mãos, pés e boca, entre outras). "Apesar da necessidade de comprovação da relação causal entre o novo coronavírus e as lesões cutâneas e orais descritas na literatura, esta discussão é especialmente relevante em países tropicais como o Brasil, onde diversas doenças virais, muitas delas com manifestações orais, estão em transmissão endêmica", explica o diretor do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde e professor do Departamento de Odontologia da PUC Minas Martinho Campolina Rebello Horta, um dos autores do artigo.
Também são co-autores o doutorando em Odontologia da PUC Minas Breno Amaral Rocha, as professoras do Departamento de Odontologia da PUC Minas Giovanna Ribeiro Souto e Soraya de Mattos Camargo Grossmann, a professora da Faculdade de Odontologia da UFMG Maria Cássia Ferreira de Aguiar e os professores da Faculdade de Odontologia da UFRJ Mário José Romañach e Bruno Augusto Benevenuto de Andrade. O artigo está disponível para leitura pelo site do periódico científico.